Tem tipo que vem como trem.
Trem desgovernado. Atropela-me.
Joga-me para o alto pra eu cair devagar.
Tem tipo que vem nos trilhos.
Não dá nem vontade de entrar no vagão.
Sempre gostei da adrenalina.
Sempre foi assim, livro novo, livro velho, a última página era lida de um jeito ou outro. Mas de repente eu perdi esse hábito. Comecei a saborear o livro. Ainda leio as últimas linhas, sei do fim, mas quero saber o meio, e então começo. Os epílogos sempre chegam, os meus são todos antecipados. Sei do fim antes mesmo de ler a primeira página, por isso não me arrisco a ler aquilo que não gosto do final. Mas acho que... Alguns livros não tem fim. E o gosto agridoce do fim fica presente na garganta. E todo livro guarda uma história nas entrelinhas.
Como todas as outras vezes eu acabei me decepcionando. Você se tornou uma coisa inventada, medida e aparada aos costumes de um livro. Você se tornou tudo aquilo que ninguém esperava.
Você fala do medo como se o seu não fosse o maior. O medo de ser apanhado, de não ir pro paraíso. Medo de assumir. Pra ti pedir desculpas faz ser perdoado. Você vendeu lembranças, não ligou pra amizade. Se enfiou numa casa, quebrou copos. Acabou que liberdade nunca esteve no seu dicionário. Já diria ela, “Eu destruiria sua perfeita ordem para torna-lo bonito”.