domingo, 3 de março de 2013

Mesmo depois do fim.


E hoje é 3/3/13.
Mesmo que ninguém se lembre.
Hoje faz três anos.
Mesmo que ninguém note.
E embora já não caiam mais lágrimas dos meus olhos...
E se eu tivesse tido aqueles 3 segundos de coragem insana?
Ainda seriam três anos tristes?
É a última vez que três vai combinar tão bem assim.
E é a última vez que escrevo aqui. 
Guarde esse sonho pra mim.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Adormecido.

Ou vivo.

Teu pedaço de céu cai quando você fica desprotegido de si. Quando nem teus pensamentos são seguros. Você se perde num labirinto cheio de veias. Você se engana em qualquer curva, cicatriz ou hematoma. Você mente pra si mesmo apostando que vai melhorar alguma coisa, você espera um mês inteiro e ninguém aparece. Ninguém liga. E tudo o que você faz é esperar. Abre um livro qualquer, em qualquer página só pra sentir um pouquinho dela. Escreve uma inicial no pulso pra lembrar que estar perto não é físico, pra deixar de sentir tanta saudade e pra viver um daqueles dias em que vocês lutavam contra dragões juntos, sem quilômetros separando.

Acordado.
Ou morto. 

domingo, 11 de novembro de 2012

Subliminar.


enquanto o rapaz lhe beijava a boca eu te apreciAva.
tuas curvas tão simpLes e tão bonitas fizeram você uma muLher antes que eu pudesse impedir. é, depois dA morte essa é outra coisa que não podemos impedir, essa transição de meNina para mulher. de menino para homem. é certo isso, uma hora vAi acontecer. e com você foi assim. tua boca fina diz palavras tão doces, tão tristes, tão felizes, tão poéticas. tão tuas. e agora eu vejo que minhas palavras podem predizer um futuro, mesmo que quando ditas estavam todas em inocência. até tua luz tá diferente, o teu olhar, o teu corpo. mas eu te amo mesmo assim, eu amo seu coração. amo quem eu conheci 4 anos atrás. e ainda vou amar, mesmo que você se case com ele. 

domingo, 28 de outubro de 2012

22h12


E pelo menos por uma noite eu queria que nós fizéssemos parte de um conto de fadas. Onde tudo termina bem, mesmo com as trevas. Mas isso não é Hollywood. Não posso simplesmente escolher a ti como protagonista e eu como o amante, trilhar um caminho para dois quando um de nós está em outra linha. Mas se você aparecesse aqui agora eu juro que iria pra qualquer lugar no nosso cavalo branco. Estou guardando esse sonho pra nós para um dia você vir pega-lo. Venha cuidar de mim como disse que iria, tira esse peso de mim. Deixa-me cuidar de você. Deixa-me amar de novo, deixa ser reciproco. 

28 chuvoso.


Inquietantes foram as horas que eu passei esperando por você.
Mas você mudou as regras bem no último segundo e não me deu o novo manual. Um telefonema, uma mensagem, qualquer coisa serviria. Mas eu esperei. Eu deveria saber.
Eu deveria ter imaginado que você não viria. Eu deveria ter esperado menos. Deveria ter canalizado meus sentimentos como sempre. Deveria ter esperado pra ver o que ia acontecer antes de cair nesse abismo com o seu nome. Você disse que já viria cuidar de mim, não veio.
Hoje eu virei a caça de novo. Caçador profissional esquece que um dia esteve do outro lado da moeda e esquece que um dia pode voltar. Eu estou ferido e talvez eu me recupere, talvez não. Só depende da sua boa vontade. Só é preciso que você solte meu coração.
E agora eu vou esperar uma explicação, vou esperar porque ainda estou apaixonado.

sábado, 15 de setembro de 2012

Fer(ida).


Eu tenho isso dentro de mim. De fugir sempre, sair antes que algo aconteça.
Às vezes nem começou direito e já tô planejando a encenação de despedida.
Eu morri na melodia da sua guitarra e agora sou um zumbi que não procura cérebros e sim corações apaixonados, para mastiga-los, dilacera-los. Engolir. Faço tudo em mim se tornar atrativo e mesmo o meu aviso mais sincero atrai a pessoa para minhas garras. Como um felino ataco minha presa, entorpeço seus sentidos, mastigo o necessário e vou embora. As vezes a deixo viva, para sofrer até a morte, outras tenho pena e mato de vez. Sem pestanejo.  

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Esse é meu adeus.


Terminou da maneira que eu queria. Inocente.
Estou indo embora pra nunca mais voltar, vou virar a esquina e não vou olhar pra trás antes.
Não tenho receio em te deixar, pois sei que outro caminho vai encontrar.
Quis que fosse inocente pra não ter vontade de mais. Quis que fosse assim por ser. Só pra não ter mais nada pra recordar. E terminou, com um abraço mal dado.

Tu tens em ti um amor perfeito que merece muito mais que eu. E merece meu mais sincero arrependimento. Tô fechando a porta pra ti, pra tu entender que o frio que bate aqui fora não é o mesmo que tu precisa sentir ai dentro.

Essas são as palavras finais de alguém que nunca pertenceu ao mundo que você criou. 


Adeus. 

terça-feira, 24 de julho de 2012

Devaneio.


-É frio aqui dentro, não é?
Ele não perguntou sobre o quarto.
O silencio foi inquietante demais pra deixar como estava. Respondeu sua própria pergunta.
-É, eu sei.
Olhando esquivo pra esquerda percebeu um abajur em formas de estrelas. Eram duas apenas, uma branca e uma azul. As duas estrelas faziam um esguicho de vida passar por entre as pálpebras.
-Abre as janelas, o sol tá lindo lá fora.
Não, ele não queria abrir janela alguma. O sol tiraria proveito da tua pele, zombaria de tua incapacidade, iria à pele dela e também abusaria, encostar-se-ia a todos os lugares descobertos. Além de queimar tua retina com tua imensa luz brilhante e tirar do campo de visão qualquer coisa que fosse amor.
Ela o fez, então. Sem pedir permissão abriu a janela e deixou a luz entrar. Queimou tudo que era amor. Queimou a ele, queimou aos dois. 

(Dia 11/07/2012 às 23h21)

Comum.


Tédio era a palavra perfeita pra esse dia. Três semanas e ele já estava sem nada pra fazer e pensava no que ia acontecer quando as férias durassem dois meses. Já tinha lido todos os livros da estante, viu todos os filmes que tinha e terminou todos os jogos do seu console. Não restava nada pra fazer a não ser pensar na vida. Até a internet, de repente, tornara-se desinteressante. Hugo passeou, saiu com os amigos, mas nada adiantou. Alguma coisa faltava nele. Uma coisa. Alguém.
Era o segundo ano que as coisas já não iam às mil maravilhas e parecia que as coisas não iam melhorar nunca mais, mesmo que ele tenha tentando tantas vezes. Dessa vez era definitiva.  Ele achava graça das coisas como estavam, não via tristeza nenhuma com aqueles acontecimentos. Verônica abriu seu coração pra Hugo até o momento que ela preferiu que outro desse as cordas pra ele funcionar. Pois é, ele sentia ciúmes desde que ela começara a namorar aquele esquisito do Gabriel, ele era todo depressivo igual a ela e parecia que um era a cópia exata do outro, exceto por seus respectivos sexos. Ele já tinha se acostumado com a ausência dela.
Talvez ele nunca mais a veria, e quando pensava nisso não conseguia lembrar-se de dois anos atrás, não conseguia ver o que ela já fora. Certo dia descobriu que ela escrevera sobre ele, sobre o que Hugo fez.
Como foi a conversa mais ou menos eu não lembro, só sei que ele estava lendo e o telefone tocou, atendeu obviamente e veio a voz dela no telefone. Verônica parecia estar feliz, mas triste ao mesmo tempo, sei lá. Como sempre.
- Tô com saudades de você – ela disse.
Hugo simplesmente riu. Mas agora sentia falta do que ela fora pra ele um dia. 

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Jornada.

Você tenta encontrar a linha tênue que te leva até o céu azul que tanto procura, mas acaba perdendo-se no meio de tanta nuvem. Sente as gotículas de água que preenche aquele espaço, está assustado com a gélida temperatura. Se você pudesse voar, ficaria pra sempre ai em cima? E quanto mais próximo da linha você se encontra mais uma nuvem se aproxima pra bloquear seu caminho. Não tenha medo, pequeno, é feita d’água e você não tem medo de se molhar. Você vai passar por mais essa e aparecerá outra, ouça o conselho da luz que te guia, pois ela já passou por esse caminho. 

Segue, voa, sonha. Viva.